sexta-feira, 28 de maio de 2010

Curitiba revitaliza Praça Zumbi dos Palmares

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Praça Zumbi dos Palmares ganha Memorial Africano e cancha sintética

O prefeito Luciano Ducci inaugurou no sábado (22 de maio de 2010) o Memorial Africano, na praça Zumbi dos Palmares, no Pinheirinho, uma homenagem de Curitiba ao povo afrodescendente do Brasil e ao continente-sede dos jogos da Copa do Mundo de 2010. A praça ganhou um grande portal na entrada principal e teve seus espaços de esporte e lazer revitalizados.

"Essa é uma justa homenagem a um povo que faz parte da história de nossa cidade. Curitiba tem o compromisso de mostrar que é uma só e se orgulha de todos os povos que fizeram suas etnias", disse Luciano Ducci. "O Memorial também destaca a Copa do Mundo e as ações da cidade pela presença da Seleção Brasileira em Curitiba." Na solenidade, o prefeito ganhou do ex-atacante Saulo uma camisa do Paraná Clube.

A cerimônia que teve a presença de representantes de diversos países africanos. "Essa chuva fina são as lágrimas de Zumbi dos Palmares, que morreu pela liberdade dos negros e que, nessa praça, recebe nosso profundo reconhecimento", disse o cônsul honorário da República do Senegal, Ozeil Moura dos Santos.

A abertura teve a participação do embaixador da Líbia no Brasil, Salem Ezubedi, do presidente do Conselho Municipal de Política Étnico-Racial, Saul Dorval da Silva, e de um grupo da Nigéria, que esteve em Curitiba para um seminário sobre o estudo da língua iorubá.

"É uma homenagem merecida a um povo que foi escravizado no Brasil e que representa 23% da população de Curitiba. É um presente que os moradores da cidade ganham e um presente que a cidade leva para a nação africana, que luta contra o racismo e o preconceito", completou Saul.

A praça Zumbi dos Palmares, de aproximadamente 21.600 metros quadrados, ganhou um grande portal na entrada principal, com 54 colunas representando cada um dos países do continente. O projeto é do arquiteto Fernando Canalli.

Quadradas, as colunas de quatro metros de altura levam o nome do país, bandeira e a localização no continente. As descrições e desenhos são feitos em azulejos. A ideia é que cada missão oficial de países africanos em Curitiba fixe uma placa na coluna correspondente ao país.

Além das 54 colunas, outras duas, amarelas, com o dobro do tamanho e diferenciadas das demais, completam o portal. As duas colunas simbolizam a educação e a cultura. Uma delas, da educação, de aço perfurado com iluminação internada. A outra, em argamassa com desenhos africanos em baixo relevo.

Um mosaico de pedras nas cores preto, branco e vermelho forma o mapa do continente africano, com o desenho dos países. A praça tem ainda espaço para feiras de artesanato étnico.

A inauguração do Memorial Africano faz parte das obras de revitalização da praça Zumbi dos Palmares, no Pinheirinho, entre o terminal de ônibus e o Hospital do idoso. Foram feitas melhorias nas quadras de esporte e nos equipamentos de ginástica, entre outros.

O campo de futebol de areia foi transformado em cancha de grama sintética, com recursos de emendas orçamentárias de autoria dos vereadores Tico Kuzma, Tito Zeglin e João do Suco.

"Com a revitalização dos espaços de esporte e lazer, esperamos que a população movimente essa praça todos os dias da semana e faça dela um agradável local de convívio em família", disse Luciano Ducci.

Também participaram da inauguração os secretários municipais Luiz Fernando Jamur, do Governo; José Antônio Andreguetto, do Meio Ambiente; Rudimar Fedrigo, do Esporte e Lazer; Eduardo Lopes Pereira Guimarães, de Relações Internacionais e Cerimonial; e os vereadores Mario Celso Cunha, Tico Kuzma, João do Suco, Felipe Braga Cortes, Tito Zeglin, Roberto Hinça e Serginho do Posto.

Fonte: Portal do Governo de Curitiba
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Para não dizer que não falei da África

Por Rogerio Waldrigues Galindo
20/01/2010

A prefeitura de Curitiba anunciou uma iniciativa interessante. Vai fazer um monumento em homenagem à África na cidade. Tem a ver com a Copa do Mundo deste ano. Seja qual for o pretexto, vem bem a lembrança.

Tempos atrás, entrevistando uma representante do movimento negro, ela me fez perceber que Curitiba tem homenagens a quase todas as etnias que compuseram nossa cidade. Tem Praça do Japão, Praça da Espanha, Praça da Ucrânia, Praça da França.

Tem Memorial da Imgiração Polonesa, tem Santa Felicidade inteira para os italianos, tem um memorial para a cultura árabe perto do Passeio Público.

E em homenagem aos negros? Afinal, eles também ajudaram a construir a cidade, certo? E há poucas coisas na cidade que lembrem isso. Há uma placa em homenagem a alguns negros escondida na Praça Santos Andrade. Uma estátua de uma lavadeira perto do antigo pelourinho. E uma praça chamada Zumbi dos Palmares no Pinheirinho.

E é nessa praça que será erguido o novo monumento, com uma coluna para cada um dos 54 países do continente. O Memorial Africano deve ficar pronto ainda no segundo semestre, pelo que dizem.

"Quadradas, as colunas de 4 metros de altura levarão o nome do país, bandeira e a localização no continente. As descrições e desenhos serão feitos em azulejos. A ideia é que cada missão oficial de países africanos em Curitiba fixe uma placa na coluna correspondente ao país", diz o texto da prefeitura.

Só por curiosidade. Também não consigo pensar em homenagens importantes a dois outros grupos fundadores da cidade. Índios e, vejam só, portugueses. Há um Bosque de Portugal, mas a maior parte das pessoas nem sabe onde é. Fica no Jardim Social.

PS: Quem tiver interesse pode ver o artigo do professor Pedro Bodê sobre a invisibilidade dos negros em Curitiba clicando aqui. [Link inativo quando acessamos em 28/05/2010]

Fonte: Gazeta do Povo


Solicitada revitalização de anfiteatro - Data: 03/03/2010

Praça Zumbi dos Palmares antes da reforma


segunda-feira, 3 de maio de 2010

O poder das mulheres Maias

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Cripta Maia revela o poder das mulheres

Vítimas de assassinato sugerem a força feminina nas culturas antigas.

Alexandra Witze
10 June 2005


Arqueólogos em pesquisa na cidade de Waká, na Guatemala, apresentaram um estudo em que apontam a possibilidade de que as mulheres tivessem grande importância política no antigo Império Maia. A hipótese foi baseada a partir da descoberta de uma tumba localizada sob a cidade, onde foram achados os corpos de duas mulheres assassinadas, provavelmente por conta de algum tipo de disputa entre povoados perto do ano de 400 dC.

O local foi descoberto e o significado de seu conteúdo tem sido bastante debatido entre os pesquisadores. Segundo eles, o sítio arqueológico é de extrema importância para reconstituir a história dos Maias e a possibilidade de que uma mulher, e não um homem, fosse morta em um desentendimento político.

Os arqueólogos acreditam que a cidade de Waká tenha vivido seu auge político entre os anos de 400 e 800 depois de Cristo, e que tenha um papel fundamental nas disputas entre duas grandes cidades Maias, Calakmul e Tikal.

Links: In Nature (em inglês).

Para saber mais (em inglês): Archaeology Waka



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